Praia Grande é um município na Região Metropolitana da Baixada Santista, Litoral Sul do estado de São Paulo, Brasil. A população aferida na revisão censitária do IBGE em 2010 era de 262 061 habitantes. Na estimativa do IBGE para 1.º de julho de 2019, a população de Praia Grande era de 325 073 habitantes.[2] É a terceira cidade mais populosa do litoral paulista, depois de São Vicente e Santos. Com uma área de 149,253 km², a densidade demográfica em 2019 era de 2 178 habitantes/km².[2] O município é formado pela sede e pelo distrito de Solemar[5][6].

A cidade de Praia Grande tem uma das praias mais movimentadas do Brasil, tendo sido eleita pelo Ministério do Turismo como a quarta cidade que mais recebe turistas no país durante a temporada de verão, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.[7] Na alta temporada recebe cerca de 1,86 milhão de turistas[8] (mais de cinco vezes a sua população fixa). A cidade também teve uma rápida expansão, com crescimento de 56 000 habitantes entre 2000 e 2009, recebendo, em 2015, o título de "a cidade que mais cresce no Brasil".[9] Sua população estimada para 1.º de julho de 2019 era de 325 073 habitantes.[2]

Praia Grande é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo governo paulista, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Existem outros municípios, que não sendo estâncias balneárias, ainda assim são estâncias turísticas. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do estado, através do Departamento de Apoio às Estâncias do Estado de São Paulo, para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar, junto a seu nome, o título de "estância balneária", termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais. [carece de fontes]

Praia Grande forma, junto com os municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Santos e São Vicente, a Região Metropolitana da Baixada Santista, criada pela Lei Complementar 815, de 30 de junho de 1996, tornando-se, assim, a primeira Região Metropolitana brasileira criada sem status de capital estadual. A região possui 1 765 927 habitantes, conforme atualização do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgado em 2013.[10]

História

Até a chegada dos portugueses, no século XVI, as terras do atual município eram habitadas pelos índios tupiniquins.[11] A região foi uma das primeiras colonizadas pelos portugueses no Brasil, quando da chegada de Martim Afonso de Sousa no litoral de São Paulo em 1532. Martim Afonso funda a primeira vila brasileira, São Vicente, da qual o território que pertenceria a Praia Grande foi parte até 1967.

No século XVI, Praia Grande, que estava estrategicamente localizada entre São Vicente e Itanhaém, foi caminho do padre José de Anchieta, quando este viajava para Itanhaém. Nessa época, a região do município era conhecida como "Praia da Conceição".[12][13]

No século XVII, na região em que hoje se situam os bairros do Boqueirão e do Canto do Forte, forma-se um núcleo populacional de caráter essencialmente agrícola e surgem vários sítios ao longo da atual orla de Praia Grande e no núcleo populacional anteriormente citado. Estes sítios produziam produtos agrícolas e artesanais, vendidos nas vilas de Santos e São Vicente. O transporte da produção era feito ou em canoas que percorriam o Rio Piaçabuçu até o Porto do Piaçabuçu, no atual bairro de Caieiras, ou saindo de São Vicente e chegando num porto, hoje localizado na atual região do Portinho.[12][13]

No início do século XX, com a abertura da Fortaleza de Itaipu (1902), da Estrada de Ferro Santos-Juquiá (1912) e, principalmente, da Ponte Pênsil (1914), investidores imobiliários se interessam pela faixa de 22,5 km de praias contínuas, que mais tarde seria a cidade de Praia Grande, e os sítios começaram a ceder lugar aos primeiros loteamentos. Nessa época, os banhos de mar em Praia Grande eram recomendados com fins terapêuticos, para tratar da saúde, por conta da concentração de iodo, mas, com o passar do tempo, o banho de mar com fins terapêuticos foi perdendo importância.

O movimento pela emancipação política de Praia Grande começou na década de 1950, devido à infraestrutura precária, com falta de saneamento básico, escolas, transporte, hospitais, abastecimento de água, luz e vias de acesso, mas houve resistência por parte de São Vicente. Em 1963, houve um plebiscito sobre a emancipação de Praia Grande, no qual a grande maioria da população votou a favor da emancipação.

Em 19 de janeiro de 1967, Praia Grande se desmembra de São Vicente, tornando-se um município, e o engenheiro Nicolau Paal foi nomeado interventor federal no município, com instalação provisória da prefeitura no Ocian Praia Clube. A primeira eleição municipal em Praia Grande foi realizada em 15 de novembro de 1968, tendo como prefeito eleito Dorivaldo Loria Júnior.

Desde a década de 1960, Praia Grande recebia o turista de um dia, que vinha à praia para se divertir no mar. Não havia infraestrutura turística para atender o número de turistas. Vários ônibus chegavam e ficavam ao longo da praia. As famílias traziam o que comer e não se importavam com o lixo que produziam, sujando a areia, o mar, as ruas e as praças.[14][15]

Depois da emancipação, a cidade acelerou levemente o ritmo de crescimento experimentado desde a década de 1950, ganhando maior qualidade em seus serviços públicos, dada a proximidade do poder municipal com a realidade da população local. Na década de 1980, a cidade ganhou novo impulso para seu crescimento, com a inauguração da Ponte do Mar Pequeno (no trecho final da Rodovia dos Imigrantes), ligando a ilha de São Vicente à cidade, e resolvendo dois problemas de uma só vez: além de desafogar o trânsito na saturada Ponte Pênsil, a cidade ganhava uma ligação direta à capital, sem a necessidade de se passar pelas cidades de Santos e São Vicente, a fim de acessar a Via Anchieta, então a única opção para se chegar à capital. Assim, Praia Grande passou a ser o balneário mais próximo da capital.

No entanto, esta facilidade de acesso trouxe grandes inconvenientes, que viriam a ser solucionados a partir de 1993, quando a cidade iniciou uma verdadeira revolução: o sistema de transportes foi totalmente remodelado, mais de 90% das ruas foram pavimentadas, o esgoto iniciou uma expansão em coleta (que começou com 60% dos domicílios, com previsão de chegar a 100% até 2012), sendo tratado e arremessado a mais de 3 km da costa, a orla da praia e os principais pontos turísticos foram totalmente reurbanizados, proibiu-se a entrada de ônibus de excursões sem prévia licença da prefeitura, o sistema viário foi totalmente revisto e readequado (foi construída a Via Expressa Sul) e foi incentivado o turismo, o comércio e, principalmente, a construção civil, em intervenções que ocorreram até 2006.

Alguns projetos ainda deverão ser implantados na cidade, independentemente da administração, como o Aeroporto de Cargas na região do Andaraguá, os campi da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e da Universidade Federal de São Paulo, a transformação do aterro sanitário municipal em parque ecológico (que aguarda descontaminação do solo) e a Rota 700, que ligará o Anhanguera à Imigrantes

Geografia

Praia Grande tem divisa com os municípios de São Vicente (nordeste) e Mongaguá (oeste). Existem ainda limites marítimos com os municípios de Santos (Nordeste) e Guarujá (Leste), nas águas da Baía de Santos, que banha o extremo leste da cidade e se une ao Mar Pequeno através do Estreito do Morro dos Barbosas, onde fica a Ponte Pênsil.

O Rio Piaçabuçu, que nasce no centro geográfico da cidade (e serve de divisa com o município de São Vicente) desemboca no Mar Pequeno, transformando toda a Zona Leste de Praia Grande em uma península. O norte, noroeste e parte do oeste da cidade é serrano, onde a altura aumenta em direção ao norte, onde fica o planalto da capital. O restante da cidade é planície litorânea.

Com 22,5 quilômetros de extensão, a costa de Praia Grande é dividida em 12 praias: Forte, Canto do Forte, Boqueirão, Guilhermina, Aviação, Tupi, Ocian, Vila Mirim, Vila Caiçara, Jardim Real, Balneário Florida e Solemar, sendo o centro da cidade no Boqueirão. Seu interior contém alguns mangues.

Clima

O clima de Praia Grande é tropical úmido, sem meses secos, com verões quentes e invernos brandos, sendo o mês mais quente janeiro, com uma média de 25 graus Celsius e o mais frio é julho, com uma média de 19 graus Celsius.

Economia


Praia da Guilhermina.




Estátua de Netuno em Cidade Ocian.




Litoral Plaza Shopping.



A economia da cidade está baseada na prestação de serviços, comércio e turismo. Na prestação de serviços a cidade lidera na Baixada Santista em número de formalizações de Microempreendedores Individuais (MEI) e está entre as com melhor desempenho do Estado.[24] Se destacam laboratórios, profissionais liberais, serviços estéticos, empreiteiras e autônomos.

No comércio, se destacam vias como as avenidas Presidente Kennedy, Presidente Costa e Silva, Marechal Mallet, Vicente de Carvalho, Ayrton Senna da Silva, Avenida dos Trabalhadores, Presidente Castelo Branco e Milton Daniels, além das marginais da Via Expressa Sul (Avs. Ministro Marcos Freire e Roberto de Almeida Vinhas.

No turismo as praias são obviamente o principal destino, mas a cidade conta com diversas opções de biomas (rios, mangues, cachoeiras e região serrana), uma vasta história militar (Fortaleza de Itaipú, Aeroclube de Praia Grande,[25] ruínas de bombardeios sofridos na revolução de 32), a maior concentração de colônia de férias da América Latina (Avenida dos Sindicatos, com 10.000 leitos distribuídos em 55 colônias) e atrações artísticas e culturais (Palácio das Artes).

Diferentemente de grande parte dos municípios brasileiros, Praia Grande não possui um bairro denominado "Centro", mas sim quatro centros comerciais, explicado em parte por sua extensa área urbana: Boqueirão (em conjunto com Forte, Intermares, Tude Bastos e Guilhermina, é o maior, mais completo e serve de motor econômico do município); Cidade Ocian (segundo maior centro, é o que mais cresce e desde a entrega da obra de ampliação do viaduto 6 da Via Expressa Sul em 2011, está em processo de fusão com o centro do Quietude); Vila Caiçara (concentra comércios e serviços da Zona Sul da cidade) e Quietude (localizado na periferia, é formado na sua maior parte por comércio popular, prestação de serviços e MEI's.

As atividades industriais, ainda tímidas, estão começando a ser exploradas com a implantação do Complexo Empresarial Andaraguá. O complexo é um condomínio industrial contruído nas margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega que vai contar com 212 galpões, linha férrea e pista para aviões de carga. As obras de instalação começaram em novembro de 2017,[26] com previsão de dois anos para início das operações e dez para conclusão total. O Complexo Andaraguá irá complementar as atividades do Pólo Industrial de Cubatão e do Porto de Santos, gerando mais de 15.000 vagas de trabalho e recebendo industrias voltadas à área de tecnologia, químicas e bioquímicas, farmacêuticas e de automóveis.[27]

Infraestrutura

Transportes

Praia Grande conta com dois terminais urbanorrodoviários, localizados nos bairros Tude Bastos (Terminal Rodoviário Tude Bastos) e Mirim (Terminal Rodoviário e Urbano Francisco Gomes da Silva 'Tatico'), de onde partem ônibus para as principais cidades do Brasil e até para o exterior (Paraguai, Uruguai e Argentina). A empresa concessionária do transporte público municipal em Praia Grande é a Viação Piracicabana. A rede municipal conta com 17 linhas, dentre as quais uma turística, que opera somente aos sábados, domingos e feriados (durante a temporada de verão, sua operação é contínua) e duas noturnas, que atendem diariamente cerca de 120 mil pessoas. Além disso, cada linha de ônibus, assim como os bairros, é identificada por uma cor.


Final da Via Expressa Sul (Km 10), na ligação com a Av. Ayrton Senna da Silva.



Através do Projeto Integração, cuja implantação começou em 1996 e que foi finalizado em 2004, as linhas intermunicipais metropolitanas não mais cruzam o município, com exceção daquelas cujo ponto final se encontram no bairro Samambaia, devido ao excesso de demanda naquela região, e no bairro Solemar, por atender também moradores do município vizinho Mongaguá, além da linha com destino a Peruíbe. Todas as demais desembocam nos terminais, onde, a partir de então, os usuários passam para o sistema municipal e vice-versa, pagando apenas a diferença de tarifa, quando houver. A cidade também foi pioneira na implantação da cobrança eletrônica de tarifa, através de cartões e bilhetes magnéticos além de ônibus adaptados aos portadores de deficiência física, ocorrida em 1998.

Os principais acessos para se chegar até Praia Grande são o Sistema Anchieta-Imigrantes (SP-150 e SP-160) e a Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55), que, por ser o trecho estadual da Rodovia BR-101, liga a cidade às regiões Sul (via Rodovia Régis Bittencourt) e demais estados da Região Sudeste do Brasil, principalmente com o Rio de Janeiro.

A Via Expressa Sul, obra realizada pela prefeitura do município, tem mais de dez quilômetros de vias expressas, com limite de velocidade de 80 km/h, sem nenhuma interrupção, além de passagens subterrâneas para veículos e pedestres. A via também é cercada por mais de 60 quilômetros de ciclovias, sinalizadas e ladeadas por um extenso jardim. O investimento na pista chegou a noventa milhões de reais, dos quais 75 milhões foram provenientes de recursos próprios da prefeitura. É considerada um modelo de urbanização e desenvolvimento rodoviário para todo o país. A Via Expressa Sul liga o bairro do Boqueirão, na entrada da cidade, até a Vila Mirim, possibilitando rápido e seguro acesso a moradores e turistas que queiram se deslocar até a parte sul da cidade, ou até mesmo aos municípios do litoral sul do estado (Mongaguá, Itanhaém etc.)

Comunicações

Na telefonia fixa, a cidade era atendida pela Cia. Telefônica do Litoral Paulista, quando em 1976 passou a ser atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP)[28], que construiu as centrais telefônicas utilizadas até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica[29], sendo que em 2012 foi adotada a marca Vivo[30] para suas operações.

Educação

Praia Grande possuía, em 2008, 137 unidades de ensino, sendo 62 escolas municipais, 24 escolas estaduais e 51 escolas particulares. [31] Nas unidades municipais, é desenvolvido o programa SuperEscola, onde os alunos têm os horários fora do período escolar preenchidos com atividades esportivas e culturais, como ginástica artística, natação, navegação, surfe, atletismo, teatro, música, dança, entre outras. As unidades estaduais participam do Programa Escola da Família, que disponibiliza a estrutura da escola nos fins de semana para a comunidade, desenvolvendo diversas atividades também.[carece de fontes] Todos os anos, no mês de setembro, acontecem os jogos escolares, onde todas as escolas competem entre si em diversas modalidades, com direito a premiação e medalhas.[carece de fontes]

Cultura e arte


Fachada do Palácio das Artes, em Praia Grande.



A cidade de Praia Grande conta desde setembro de 2008 com o Palácio das Artes, onde se localizam o Teatro Municipal Serafim Gonzalez, o Museu da Cidade, o Foyer Graziela Diaz Sterque, a Galeria de Artes Nilton Zanotti, um auditório e a sede da Secretaria da Cultura do município, onde há aulas de musicalização, teatro, violão, percussão e canto.[32] Todos os anos é realizado dentro da programação especial de fim de ano o Coral de Natal na sacada do Palácio das Artes.[33]

O município também foi cenário para diversas produções artísticas. Algumas cenas do filme Amanhã Nunca Mais foram rodadas na Cidade Ocian, com a participação de atores como Lázaro Ramos e Fernanda Machado.[34]

Outra a usar a cidade como locação foi a banda Tihuana. O clipe da música "Minha Rainha" foi rodado na praia bairro da Vila Caiçara.[35]

No dia 23 de setembro de 2018 aconteceu a 1ª Parada do Orgulho LGBT de Praia Grande.[36], organizada pela ONG APOLGBT/PG. O evento ocorreu nas ruas do bairro Sítio do Campo, terminando dentro do Kartodrómo Municipal, com shows, eventos socio-culturais e programações artísticas. As apresentações aconteceram por mais de dez horas, tornando-se a "Maior Parada LGBT do Litoral de SP", com estimativa de 70 mil pessoas presentes.

Praias e balneários


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